sexta-feira, setembro 17, 2004

Mundo de Aventuras X


(MCI Center, Washington, Novembro de 2002)

Confesso que me surpreendeu a cerimónia do hino dos EUA no início de um jogo da NBA. O atentado ao WTC tinha sido à cerca de um ano, havia um ambiente especial no ar, parecia-me puro, ainda não se tinha borrado a escrita com a intervenção no Iraque.

Considero que a forma como se encara o desporto de alta competição nos EUA faz parte daquele conjunto de coisas que se fazem melhor do outro lado do Atlântico do que na Europa. Há um ambiente saudável à volta das equipas. Neste jogo entre os Washington Wizards e os Utah Jazz, a equipa visitante foi apresentada pelo animador da casa com muito entusiasmo à medida que ía anunciando as proezas estatísticas de cada um dos jogadores dos Jazz. Algumas semanas mais tarde quando Michael Jordan foi jogar pelos Wizards a Chicago contra a sua ex-equipa dos Bulls, o público de Chicago ao constatar que Michael Jordan estava no banco começou a gritar por ele: "We want Michael! We want Michael!". Isto contrasta com um Benfica-Porto a que assisti na Luz em que o animador ao anunciar a equipa do FC Porto se recusou a dizer o nome de Rui Águas, que entretanto se tinha mudado do Benfica para o Porto. As assobiadelas a Jardel no estádio das Antas quando este representou o Sporting também não foram nada bonitas. Na NBA a importância que se dá às estatísticas, às jogadas, às tácticas e às prestações dos jogadores contrastam com a conversa da treta do "sistema" e das culpas do árbitro que dominam o discurso desportivo em Portugal e em menor parte noutros países Europa. Mesmo o melhor campeonato organizado na Europa, a Liga dos Campeões, fica-se muito aquém da NBA na qualidade do espectáculo televisivo e sobretudo do espectáculo no próprio recinto. Já assisti a jogos da Liga dos Campeões em várias partes da Europa (o estádio mais animado que vi foi o Olímpico de Munique) e nenhum deles chega aos calcanhares do espectáculo que envolve o público de um simples jogo da NBA, onde há espectáculo mesmo nos tempos mortos do jogo.

Um ressalto de sonho


Lá do cimo do terceiro anel no meu lugar a 50 $ (a NBA é caríssima mas vale a pena) registei este ressalto de sonho onde figuram alguns dos deuses da NBA. Quando olho para esta foto em que Michael Jordan (23), Karl Malone (32) e Andrei Kirilenko (de frente, camisola escura) estão prestes a disputar o ressalto que vai resultar do lançamento livre de John Stockton não consigo resistir a cometer um pequeno pecado de pensamento. Imagino-me ali do lado direito de Kirilenko, a entalá-lo, e a disputar o ressalto com o Carteiro Malone e o Deus Jordan, que andavam já picados um com o outro! E se o ressalto na tabela fosse favorável era tipo para o ganhar, afinal só tenho menos 4 cm que o Deus Jordan. Ok, eu sei que só ousar pensar nisso é pecado, quanto mais...

Mundo de Aventuras IX

Sem comentários: