quinta-feira, agosto 24, 2006

Hezbollah: vantagem simbólica do fascismo fashionable

Nos últimos tempos, poucos blogues me têm dado tanto prazer a ler como o Natureza do Mal. Apesar de não concordar com tudo o que o Luís tem escrito sobre o conflito entre Israel e o Hezbollah - mais tarde me explicarei sobre isso - gosto da forma autónoma como tem abordado o assunto, bem como a sua valiosa contribuição para o enriquecimento do debate à esquerda na blogosfera. Bem melhor e bem longe do habitual e seco ping-pong ideológico de duas partes que não cedem nem um passo que caracterizaram muitos debates anteriores da blogosfera.

Sobre a entrada do Luís "Hezbollah fashionable", independentemente de não subscrever tudo o que escreveu, destaco a passagem em que o Luís faz referência ao "grafismo poderoso do Hezbollah, uma mistura de orientalismo com fascismo fashionable". Ora esse mesmo fascismo fashionable, essa sedução, esse prestígio transmitido pelas diversas representações simbólicas do Hezbollah é abordado de uma forma interessante por Bernard-Henri Lévy nas suas respostas ao New York Times (registo gratuito):

"...the eternal rivalry between what in France we call the Girodins and the Montagnards, the moderates and the hardliners, the partisans of compromise and the apostles of violence or simply of radicality. We have known since 1789 that it is the latter who most often defeat the former. We know that there is a frightful prestige associated with the radical spirit. More precisely: we know that there is a terrible seductiveness, an ideologial and symbolic advantage, that goes with the Montagnard spirit. That, I think, is what is happening in the Muslim world today."

No passado esse deslumbramento pelo fascismo fashionable passou pelo barulho das botas dos desfiles da Juventude Hitleriana, do Exército Vermelho e da Mocidade Portuguesa, entre outros...

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