quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Aquecimento global, disparates locais

Quando se fala em aquecimento global fala-se no aumento da temperatura média de todo o planeta. Por exemplo, se a temperatura média da Terra aumentar 1ºC durante 10 anos, existirão certamente numerosas regiões do planeta onde a temperatura média diminui, mas serão muito mais extensas as regiões onde a temperatura aumenta.

O recente frio inverno europeu, mas apesar de tudo frio dentro daquilo que é a normalidade, suscitou os habituais comentários niilistas sobre o aquecimento global. Foi a enésima vez que fenómenos extremos locais servem para negar um fenómeno global. Isto faz tanto sentido como abrir a porta do congelador e só porque sentimos frio concluímos que o aquecimento global não existe. Nem por acaso as temperaturas extremas e as vaga de fogos na Austrália - fenómenos bem mais raros que os invernos frios da Europa - vieram lembrar que a temperatura média do planeta poderá apesar de tudo estar a subir, ou pelo menos, poderá não andar muito longe das médias registadas nos últimos 10 anos (os 10 anos mais quentes de sempre).
Para quem sabe estatística isto são evidências. Mas o problema é que a blogosfera é poluída constantemente por comentários de indivíduos que não perceberem estas evidências, indivíduos a quem faltam chumbos no secundário. São sempre os mesmos. Mas há também quem faça de uma forma consciente, com o intuito de gerar desinformação, como é o caso de Rui Moura do blogue Mitos Climáticos.

Os fogos na Austrália devem-se ao aquecimento global?
Esta é uma pergunta a que ninguém pode dar uma resposta absoluta e definitiva. Sabemos que o aquecimento global aumenta a probabilidade que fenómenos deste tipo aconteçam (ou de furacões da dimensão do Katrina), mas em toda a história da Terra sempre aconteceram fenómenos climáticos extremos aleatórios. A resposta é talvez sim.

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